COMO FAZER O BRASIL PROGREDIR

Vamos ser para sempre o país do futuro? O que falta para esse futuro chegar?
  1. Precisamos aumentar a renda da população, mas isso depende da produtividade, a qual depende do nível de qualificação da força produtiva, que depende da qualidade da educação, cujo gargalo está no ensino fundamental.
  2. Precisamos melhorar a distribuição de renda, mas ela é consequência da nossa enorme concentração de educação, especialmente no ensino fundamental, conforme amplamente demonstrado nos exames nacionais e internacionais.
  3. Precisamos de democratas esclarecidos, capazes de votar melhor, mas isso depende de um bom ensino fundamental.
Poderíamos lembrar dezenas de outros gargalos que dependem de uma melhora no ensino fundamental. Então, se tudo depende disso o que fazer? 

AS COTAS NAS UNIVERSIDADES FEDERAIS E A MERITOCRACIA


A aprovação de 50% das cotas para os alunos provenientes das escolas públicas vai ter as seguintes consequências:
  • Perda da qualidade dessas universidades.
  • Perda da autonomia universitária, garantida na Constituição.
  • Queda da qualidade dos profissionais no Brasil, com reflexos negativos na produtividade e no PIB do país.
  • Aumento das reprovações nos cursos dessas universidades, superlotando as turmas dos primeiros anos.
O STF decidiu que é constitucional o estabelecimento de cotas, violando uma cláusula pétrea da Constituição que garante a igualdade de todos os cidadãos, baseando-se no fato de que a desigualdade já existia em razão da diferença de oportunidades entre ricos e pobres. 

AS ENCHENTES E A CENTRALIZAÇÃO DO PODER


Todos os anos assistimos as mesmas catástrofes com perdas de vidas que poderiam ter sido salvas e enormes prejuízos materiais que poderiam ter sido evitados. Muitos artigos foram escritos sobre o assunto procurando encontrar soluções. Nenhum, porém, ataca a raiz do problema: a centralização do poder em Brasília. Alguns culpam os ministros que não liberaram as verbas pedidas pelas prefeituras para o remover os moradores em locais de risco e para as obras de contenção de encostas. Embora esses ministros sejam mesmo culpados, o problema nunca será resolvido por meio da racionalização dessas liberações. 

O ENSINO FUNDAMENTAL NO BRASIL E A DESIGUALDADE SOCIAL


As desigualdades educacionais no Brasil são causa e também conseqüência das desigualdades sociais. Se quisermos diminuir as desigualdades sociais, o ponto de partida será obrigatoriamente diminuir as desigualdades educacionais. Outras medidas não passam de paliativos. Há muitos anos, esse diagnóstico já tinha sido feito, mas só agora está sendo levado a sério pelas autoridades. Pelo menos, estamos agora debatendo o fundo da questão.
Na avaliação internacional do ensino fundamental de 65 países, o PISA, o Brasil ficou em 2009, como sempre, com uma das piores classificações apesar de ter melhorado em relação à avaliação anterior.

PRODUTIVIDADE AGRÍCOLA (2ª Parte)

O agronegócio busca terras, em média, baratas para, com tecnologia avançada, produzir muito e obter o retorno sobre o capital. A agricultura familiar está, na maioria das vezes, em terras mais caras, pois precisa estar mais próxima dos centros urbanos, e precisa produzir alimentos mais caros para obter o retorno desejado sobre o capital. Entre o pequeno produtor de alho, cebola e alimentos orgânicos e o grande produtor de soja, temos milhares de modelos de negócio diferentes em fazendas privadas, em pequenas, médias e grandes empresas e em cooperativas, quase sempre com bastante tecnologia e variados graus de beneficiamento. Todos buscam a remuneração da mão-de-obra e o retorno sobre o capital empregado. Nesse jogo, a commodity tem um preço baixo e precisa buscar um modelo de alta produtividade por hectare em terras mais baratas.

A PRODUTIVIDADE AGRÍCOLA (1ª Parte)

Muito tem sido dito sobre a produtividade agrícola. Quase sempre dando razão aos céticos da estatística que dizem que com estatísticas é possível provar qualquer coisa.
O foco da questão é a produtividade dos assentados (ou a falta dela). Enquanto o CNA baseia suas declarações em uma amostragem que o Ministro do Desenvolvimento Agrário diz ser falha porque não é representativa da totalidade, sem mesmo conhecer a amostra utilizada, este alega que a produtividade dos assentados é alta, porque o IBGE concluiu que a produtividade da agricultura familiar, na qual se incluem os assentados, é superior à do agronegócio.

A LEI QUE INSTITUCIONALIZA O CALOTE


Está em tramitação no Senado a lei do calote. O que é isto? Uma PEC (projeto de emenda constitucional) pela qual os governos federal, estadual e municipal, na prática, não pagarão tão cedo suas dívidas judiciais. A OAB diz que essa PEC é a institucionalização do calote.

A EDUCAÇÃO E A MERITOCRACIA – IV

Se o objetivo das universidades é fazer o aluno aprender, os sistemas atuais de avaliação são inadequados. Pecam por avaliarem meios e não fins. O antigo provão, com todas as suas deficiências, media o objetivo final e com alguns aperfeiçoamentos seria um bom instrumento de avaliação. Avaliar pela titulação é absurdo. Como disse o especialista Eric Hanushek em recente entrevista a Veja: “as pesquisas não deixam dúvidas: os PhDs não apenas não são necessariamente os melhores professores, como muitas vezes figuram entre os piores”.

A EDUCAÇÃO E A MERITOCRACIA – III

Inicialmente, um breve histórico das universidades no Brasil. Até a chegada de D. João VI, era proibido criar qualquer instituição de ensino superior no Brasil. No século XVIII, os mineradores pediram licença à coroa para fundar uma escola de medicina em Minas, comprometendo-se a arcar com todos os investimentos, custos e despesas. Só queriam a autorização. A razão é que morriam muitos mineradores em virtude das condições precárias em que viviam. A resposta foi célere: só a Universidade de Coimbra estava autorizada a ministrar cursos de nível superior em todo o Império Português e acrescentava: era mais importante manter o monopólio de Coimbra do que salvar vidas no Brasil!!!

A EDUCAÇÃO E A MERITOCRACIA – II

Uma semana depois da publicação da minha postagem anterior, a revista The Economist repetiu o que eu havia afirmado: o ponto mais crítico para aprimorar a educação no Brasil não é a falta de recursos, mas o sistema de gestão.

A EDUCAÇÃO E A MERITOCRACIA - I

É amplamente reconhecida a necessidade de melhorar a educação da população brasileira. Não há dúvida de que um dos gargalos importantes no progresso do país é a falta de qualificação do pessoal. Por isso, fala-se na destinação dos recursos do pré-sal para a educação. Qualquer recurso adicional para a educação é bem-vindo. No entanto, o ponto mais crítico para aprimorar a educação não é a falta de recursos, mas o sistema de gestão.

O TAMANHO DO ESTADO

Um dos pontos críticos para a determinação do modelo econômico de um país é o tamanho do Estado.
Mostramos, nas primeiras postagens deste blog, como o setor público é menos eficiente que o setor privado para promover o crescimento.

Também mencionamos na postagem sobre o liberalismo e o socialismo que se o bem obtido pertencer ao que o produziu a riqueza será criada e aumenta sempre. Se o que for produzido tiver que ser entregue a terceiros, as pessoas param de produzir e a riqueza não aumenta. Esta é a razão do progresso mais rápido dos países que adotam a economia de mercado. Os socialistas crêem erradamente que a riqueza existe na natureza, que ela brota espontaneamente sem esforço, o único ponto a ser considerado é a sua distribuição.

CONHECIMENTO, PODER E CORRUPÇÃO

Muitas pessoas ficam perplexas com a falta de atenção que as autoridades dão à educação. Entra governo, sai governo e é sempre a mesma coisa: a preocupação com a educação é relegada à última prioridade. No fundo, parece-me que a razão disso é muito simples: conhecimento é poder e os que detêm o poder não querem dividi-lo.

O LIBERALISMO E O SOCIALISMO

O liberalismo e o socialismo são dois sistemas opostos.
A essência do liberalismo, conforme diz o nome é o conceito de liberdade. O direito dos indivíduos sobre o seu corpo, sua mente e sobre a propriedade daquilo que cada um produz física e intelectualmente. Foram os liberais que se insurgiram contra a escravidão no século XIX, tanto na Europa quanto no Brasil, opondo-se ao desejo dos conservadores de manter esse regime. Os liberais sempre foram considerados progressistas, porque, de fato, a liberdade facilita o progresso e a criação de riquezas.

OS MALEFÍCIOS DA CARGA TRIBUTÁRIA

Já dissertamos aqui extensivamente sobre a carga tributária, mas nunca é demais voltar a este assunto, porque é o maior entrave ao crescimento da renda no país.
Reporto-me a um artigo do eminente jurista Ives Gandra em que diz: “Paulo Rabello de Castro, em estudo de natureza econométrica para a revista Financeiro de outubro (páginas 14 a 17), demonstra que o aumento da carga tributária tem representado no Brasil constante perda do crescimento do PIB em percentual a cada dia maior. Assim, no denominado efeito "crowding-out" (expulsão), a cada aumento de 1% na carga, o aumento do valor da perda é de 6,7%, considerando o PIB atual, o que vale dizer que, em aumentos de 1%, 2%, 3%, 4% e 5%, a perda seria de 6,7%, 13,4%, 20%, 26,7%, e 33,4% ao ano, respectivamente”.

O MEIO AMBIENTE E A ENERGIA ELÉTRICA

Dois fatores contribuem para o aquecimento do planeta: o ciclo natural da terra e a queima de combustíveis fósseis. A translação da terra em torno do sol se dá segundo uma elipse cujos eixos variam periodicamente de tamanho. Quando a elipse fica mais alongada, com aumento do eixo maior, ocorre uma era do gelo. Quando o eixo maior diminui, e a curva de translação se aproxima de uma circunferência, o planeta fica mais quente. Este é o ponto do ciclo que estamos vivendo no momento. Além do aquecimento normal resultante deste ciclo, temos o efeito estufa, causado pela queima de combustíveis fósseis. Não se sabe com precisão qual a proporção de cada um dos dois fatores sobre o aquecimento.
O fato de uma parte provavelmente significativa do aquecimento ser resultante do ciclo natural do planeta não significa que devamos deixar de lado a preocupação com o efeito estufa, porque é somente sobre este que podemos atuar.

COMO O GOVERNO SE ESFORÇA PARA IMPEDIR O CRESCIMENTO DA RENDA

Inúmeras medidas do governo, revestidas pelo manto de igualdade social, impedem o crescimento da renda do país e acabam prejudicando os mais pobres. Vejamos alguns exemplos.

O DIREITO À PROPRIEDADE

Tudo o que se pode dizer sobre o direito à propriedade está no livro Reflexões sobre o Direito à Propriedade, do Professor Denis Rosenfield, que deveria ser leitura obrigatória para todos os cidadãos brasileiros.

Mostra o autor como o direito à propriedade está intimamente vinculado à liberdade. É preciso, porém, fazer a distinção entre a propriedade privada no sentido restrito e a propriedade no sentido defectivo. A primeira é condição necessária ao desenvolvimento da sociedade e a segunda corresponde a privilégios concedidos pelo Estado, na forma que ocorria no Ancien Régime, isto é, nas monarquias absolutistas, e também no Estado burocrático-distributivo da América Latina.

O IDIOTA LATINO-AMERICANO

É incrível como a América Latina, com tanto potencial, parece fazer tudo para evitar o desenvolvimento econômico. A explicação clara, completa e insofismável está no livro: O Manual do Perfeito Idiota Latino-Americano. O problema é, em grande parte, psicológico. Como disse Jean François Revel: “O objetivo do terceiro mundismo é acusar e, se possível, destruir as sociedades desenvolvidas, não desenvolver as atrasadas.”

A POLÍTICA FISCAL

Um dos aspectos mais preocupantes da economia brasileira é a condução da sua política fiscal. Uma política fiscal expansionista diminui a renda do país, porque o setor público será sempre menos eficiente do que o setor privado, pelos motivos explicados nas postagens anteriores. Os recursos do setor público, drenados das empresas e das pessoas pelos impostos, seriam muito mais produtivos se fossem deixados no setor privado, como já vimos. Os gastos públicos têm crescido mais do que o PIB.

OS GRANDES EMPREENDEDORES BRASILEIROS

Participei em outubro de um seminário na USP, organizado pelo professor Marcovitch, no qual fiz a apresentação do Dr. Augusto Trajano de Azevedo Antunes, em cujas empresas tive o privilégio de trabalhar.
Considero da maior importância eventos desse tipo para formar a opinião da juventude a respeito do papel extraordinário dos nossos empresários no desenvolvimento do nosso país. Quem cria riquezas para o país são os empreendedores: são eles os responsáveis pelo nosso progresso.

O MONOPÓLIO DO SAL

Sofremos ainda hoje, no Brasil, com os monopólios, os privilégios, a burocracia, os carimbos, os alvarás, as autorizações, as autenticações, os reconhecimentos de firmas etc. etc.
Tudo é conseqüência das nossas tradições ibéricas. O Brasil sempre foi assim, em virtude dos vícios de sua colonização. Entra governo e sai governo e cada um inventa mais licenças e normas para aumentar o seu poder de concessão e os privilégios.

POR QUE O BRASIL É UM PAÍS POBRE[1]

O melhor indicador da riqueza de um país é a sua renda média per capita. Claro que outras medidas devem ser consideradas, como, por exemplo, o estoque de investimentos no processo produtivo e em infraestrutura, a distribuição da renda e a educação da população. No entanto, o estoque de investimentos e o nível de educação influenciam positivamente a renda e, além disso, com uma boa renda média per capita fica mais fácil investir, distribuir a renda e educar a população, entrando-se num círculo virtuoso.
Por que a renda média per capita no Brasil é baixa?

O MOMENTO FAVORÁVEL

O momento atual é altamente favorável para todos os países em termos econômicos. Isto se deve, principalmente, a três causas principais:
  1. A política econômica expansionista dos Estados Unidos, que proporcionou um aumento considerável do produto nacional naquele país, gerando uma demanda enorme pelos produtos dos demais países.
  2. A adesão da China ao regime capitalista, aumentando enormemente sua eficiência e ampliando o mercado consumidor do planeta em perto de um bilhão de pessoas.
  3. O enorme acréscimo de produtividade e, em conseqüência, da renda, provocado pela introdução de tecnologias avançadas, especialmente nas áreas da comunicação e da informação.

O PT É RELIGIÃO E NÃO PARTIDO POLÍTICO

O PT decidiu governar o país, mas não é um partido político e sim uma religião. O PT tem “idéias” taxativas sobre qualquer assunto e recusa-se a escutar. Para que ouvir se já tem dentro de si o que necessita? O PT, como qualquer religião, tem a verdade revelada, que deve ser imposta a todos os demais. O PT não aceita a discussão e instintivamente repudia qualquer norma externa que a regule.

O HOMEM-MASSA – 3 (CONCLUSÃO)

Palavras de Ortega y Gasset extraídas do seu livro La Rebelión de las Masas, escrito na Espanha ao longo da década de 1920.
“Apoderou-se da direção social um tipo de homem a quem não interessam os princípios da civilização. O homem hoje dominante é um primitivo, emergindo em meio a um mundo civilizado. Civilizado é o mundo, seu habitante não o é: nem sequer vê nele a civilização, mas usa dela como se fosse natureza.
“Civilização avançada é sinônimo de problemas árduos, porque a vida é cada vez melhor e mais complicada. Ao se complicarem os problemas, vão-se aperfeiçoando também os meios para resolvê-los. Mas é necessário que cada nova geração se torne senhora desses meios adiantados.

O HOMEM-MASSA – 2

Palavras de Ortega y Gasset extraídas do seu livro La Rebelión de las Masas, escrito na Espanha ao longo da década de 1920.

“O mundo organizado pelo século XIX, ao criar um homem novo, criou também nele formidáveis desejos e poderosos meios para satisfazê-los. Mas o abandonou a si mesmo. E o homem médio, seguindo sua índole natural, fechou-se dentro de si. Desta forma, a massa é ao mesmo tempo a mais forte da história e hermética em si mesma, incapaz de atender a nada nem ninguém. Por isso o homem-massa que aprendeu a usar os equipamentos da civilização ignora os princípios dessa civilização e não poderá governá-la.
“O HOMEM MÉDIO TEM “IDÉIAS” TAXATIVAS SOBRE QUALQUER ASSUNTO E RECUSA-SE A ESCUTAR. PARA QUE OUVIR SE JÁ TEM DENTRO DE SI O QUE NECESSITA? Não há questão de vida pública em que não intervenha, cego e surdo como é, impondo suas “opiniões”.

O HOMEM-MASSA - 1

Palavras de Ortega y Gasset extraídas do seu livro La Rebelión de las Masas, escrito na Espanha ao longo da década de 1920.
“Há um fato que, para o bem ou para o mal, é o mais importante na vida atual: a ascensão das massas ao completo poder social. Como as massas, por definição, não são capazes de dirigir sua própria existência, e menos ainda de dirigir a sociedade, esse fato implica que atualmente a Europa está sofrendo a crise mais grave que pode acometer aos povos, nações e culturas. Seu nome é a rebelião das massas.
“Massa é o conjunto de pessoas a que podemos denominar “homem médio”. Massa é quem não se valoriza, que se sente como todo o mundo e que se sente bem sentindo-se idêntico aos demais. POR “MASSA”, É CLARO, NÃO SE ENTENDE UMA CLASSE SOCIAL, MAS UM MODO DE SER QUE SURGE EM TODAS AS CLASSES SOCIAIS, que por isso mesmo representa o nosso tempo, sobre a qual predomina e impera.

RELAÇÃO DE CAUSA E EFEITO

Uma das incapacidades da população desinformada e inculta é a impossibilidade que tem de entender as relações de causa e efeito das medidas que são tomadas pelos governantes.
Um aumento de gastos públicos só é visto pelos seus benefícios de pagar mais aos funcionários, sem entender que isto exige um aumento de impostos, que dificulta o progresso e o crescimento econômico. A maioria da população nem sabe que paga impostos: pensa que só os ricos pagam. Os gastos são imediatos, o aumento dos impostos vem a seguir.

PRIVATIZAÇÃO

O setor privado será sempre mais eficiente do que o setor público pelas razões enumeradas nas postagens anteriores. Existe uma íntima correlação entre eficiência e renda média per capita. Em conseqüência, privatizar aumenta a renda média per capita do país e o bem-estar da população. É gritante a diferença de produção de riquezas entre as empresas privadas e as públicas. O exemplo da Vale do Rio Doce mostra isso com clareza e é por isso que os estatizantes não conseguem “engolir” esta privatização.

A INEFICIÊNCIA DO SETOR PÚBLICO – 11

RESPONSABILIZAR OS ADMINISTRADORES PÚBLICOS PELOS RESULTADOS ALCANÇADOS

O objetivo é instituir a meritocracia. Avaliar os resultados alcançados pelos administradores públicos e premiá-los e puni-los em função desses resultados, da mesma forma que acontece em quase todas as empresas. Para isso é preciso determinar metas para cada unidade e cobrar esforços para alcançar essas metas. Responsabilizar os administradores faz o serviço público melhorar.

A INEFICIÊNCIA DO SETOR PÚBLICO – 10

DIMINUIR A CORRUPÇÃO

O objetivo não é diminuir a corrupção, mas eliminá-la, embora isto não seja fácil.
Os malefícios da corrupção não podem ser medidos apenas pelos valores monetários subtraídos aos cofres públicos, pois eles vão muito além disso. A corrupção cria um ambiente de falta de moralidade que acaba permeando todas as camadas sociais. O exemplo tem que vir de cima. Se os altos escalões são corruptos, todos os cidadãos se acham no direito de também o serem e começam a procurar mecanismos que lhes permitirão levar algum tipo de vantagem, lícita ou não. Pior ainda é a impunidade dos corruptos, porque as pessoas acabam achando que o crime compensa. Mas nada é pior do que os dirigentes corruptos dizerem que a corrupção é normal, que sempre foi assim, que todos os governantes anteriores agiram assim sistematicamente, pois sinaliza uma legalização da corrupção, abre as portas para o roubo e o peculato. Isso desgraça o país.

A INEFICIÊNCIA DO SETOR PÚBLICO – 9

REDUZIR O NÚMERO DE CARGOS COMISSIONADOS

A maior parte dos cargos comissionados existe ou para abrigar os cabos eleitorais e os companheiros políticos que não conseguiram se eleger ou para obter apoio no congresso. Eles aumentam o tamanho do Estado e, em conseqüência, os gastos públicos e os impostos, que prejudicam muito a competitividade das empresas e desestimulam os investimentos.
É preciso acima de tudo acabar com o nepotismo, o loteamento dos cargos e a nomeação de amigos e companheiros.
Alguém pode acreditar que esses cargos sejam preenchidos pelo mérito, a partir de uma avaliação séria dos candidatos?

A INEFICIÊNCIA DO SETOR PÚBLICO – 8

REDUZIR DRASTICAMENTE A BUROCRACIA

Nossa terrível burocracia é, em grande parte, conseqüência da nossa herança ibérica, mas não é só isso. Ela é ampliada pelos próprios funcionários públicos, que criam atividades inúteis para aumentar o seu poder e justificar seus empregos. À burocracia exógena, imposta pelas leis, soma-se a gerada no interior da administração pública, que se desenvolve pela ausência de questionamento de hábitos, tradições e valores tidos como certos e imutáveis. Há também o velho problema de criar dificuldades para “vender” facilidades. Segundo Eliezer Batista da Silva, “burocrata é aquele que depois de muito esforço e empenho, consegue transformar uma solução em cinco problemas.”

A INEFICIÊNCIA DO SETOR PÚBLICO – 7

IMPLANTAR NOVA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

Jamais será possível fugir muito da estrutura funcional, que é adotada por todos os países para a administração pública central. É possível, porém, implantar, de fato, o modelo federativo, no qual, em linhas gerais, a administração central corresponderia à União e os centros de resultado aos estados e municípios. Além disso, é possível segregar algumas atividades de execução temporária para se constituírem em projetos, da mesma forma como ocorre na estrutura matricial.

A INEFICIÊNCIA DO SETOR PÚBLICO – 6

DIMINUIR O TAMANHO DO ESTADO

Esta é providência mais urgente e mais importante, pois está vinculada a todas as demais. Não se trata de enfraquecer o Estado. Pelo contrário, o que se deseja é fortalecê-lo. Mas ele será muito mais forte se for menor. A comparação com pessoas é simples: o obeso é mais fraco do que o atleta “seco” e musculoso. O Estado arrecada muito e faz pouco, porque precisa alimentar sua “gordura” de pessoas inúteis.

A INEFICIÊNCIA DO SETOR PÚBLICO – 5

ALGUMAS SUGESTÕES PARA AUMENTAR A EFICIÊNCIA

O setor público sempre será menos eficiente do que o setor privado, mas ele pode ser muito mais eficiente do que é hoje. Podem ser tomadas muitas medidas para melhorar a situação atual. Entre outras, alinhavamos as seguintes:

A INEFICIÊNCIA DO SETOR PÚBLICO – 4

INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO ENTRE RESULTADOS E RECEITA

A ineficiência do setor público é transferida ao setor privado pelo aumento dos impostos. Não há nenhuma relação entre os resultados obtidos pelo setor público – de mensuração difícil pelo gigantismo da máquina administrativa – e a receita que ele obtém. Quanto mais ineficiente o setor público, maiores os impostos e maior a sua receita.

A INEFICIÊNCIA DO SETOR PÚBLICO – 3

O TAMANHO DO ESTADO

O maior inimigo do Brasil é o tamanho do Estado. O Estado arrecada 800 bilhões de reais por ano, sendo mais de 500 bilhões só na esfera federal!!! Recursos que são subtraídos à iniciativa privada, onde seriam muito mais produtivos e contribuiriam com mais eficiência para o progresso, o aumento da renda e a geração de empregos. O Estado arrecada muito e faz pouco. Faria muito mais se fosse menor. Quanto mais dinheiro nas mãos do Estado, maior a corrupção, o desperdício e a má gestão dos recursos.

A INEFICIÊNCIA DO SETOR PÚBLICO – 2

SOLUÇÕES NEGOCIADAS

As decisões do setor público, especialmente nos níveis mais altos, são decisões negociadas para acomodar as opiniões e o apoio das várias camadas representativas da população. E assim deve ser numa democracia, a melhor alternativa de governo que temos. Mas isto não conduz às melhores soluções e sim àquelas que são defendidas pelos grupos com maior poder ou maior capacidade de vocalização. As decisões negociadas têm pontos negativos: custo elevado, deliberações lentas e responsabilidade dividida.

A INEFICIÊNCIA DO SETOR PÚBLICO – 1

INTRODUÇÃO

O setor público sempre será menos eficiente do que o setor privado. Existem muitas razões que levam a isto: a necessidade de acomodar as opiniões e o apoio de várias camadas representativas da população, a falta de continuidade administrativa, o tamanho da estrutura da administração e a forma como ela está organizada, o risco menor dos administradores, a inexistência de relação entre os resultados alcançados e a receita obtida e muitas outras.